Deixa-me lá ver se encontro...

1.6.12

Metal Gear Solid

Data De Saída: 26/02/1999
Género: Acção / Aventura
Produtora: Konami
Editora: Konami









Esta é talvez a análise mais esperada de todos os visualizadores deste blog. Sim, aquele que é considerado o melhor jogo da Playstation 1 será rigorosamente analisado pelo Game-Chest
Mas será que é mesmo o melhor jogo da… AARGGGHHH, que é isto?? Acabei de levar um tiro no pé!!

Ok, pessoalmente para mim é! Já ganhou esse estatuto há muito tempo, e rejogá-lo só veio comprovar isso mesmo… já estou demasiado viciado na “cena” Metal Gear para o negar. Ainda assim vou tentar encontrar um mínimo de imparcialidade dentro de mim  (eu juro que vou!!) para tentar analisar MSG de forma coerente.











Para quem está a ler esta análise e não conhece MGS ( 1º atire-se de cabeça à parede mais próxima, a sério, por favor!), neste jogo incorporamos a pele de um agente secreto ao serviço dos EUA, que tem a missão espinhosa de impedir um ataque nuclear que pode por em causa a segurança mundial. “One Man Army” é a expressão que podemos utilizar para Solid Snake, o protagonista desta “obra-prima” de Hideo Kojima.

Gráficos: Não.. não é pelo grafismo que Metal Gear Solid atingiu o estatuto de melhor jogo da geração 32 bits. Não é que os gráficos sejam maus (são bastante bons até) mas não são nem de perto os melhores vistos na PSX. Ainda assim é notável o realismo e os pormenores que destacam este jogo destinado a uma faixa etária mais velha. Logo no inicio parece que estamos num daqueles filmes do Steven Seagal, onde caminhamos surrateiramente pelos contentores de um armazém cheio de mafiosos e apanhamo-los um a um pelas costa e partimos lhe o pescoço.. no sentido literal da frase. Mas a ideia é mesmo por aí: um jogo focado para adultos. Sem grandes floreados gráficos, sem muita cor, mas bastante realista e funcional.

Existem vários promenores que saltam á vista, mas que acabam por ser um pouco a imagem de marca de Hideo Kojima (a carola “mestre” por detrás de MGS), como o bafo quente de Snake quando está na rua, as pegadas na neve (que serão denunciantes para os guardas) vários objectos e cenas que se poderão ver a partir da visão em 3ª pessoa que não são determinantes na história mas quando detectados são pormenores que dão mais uma pitada de entusiasmo ao jogo… “details, it’s all about the details…”
Mais outro ponto positivo é o “codec” em MGS. O codec é o intercomunicador de Snake que mostra as caras das personagens, enquanto os diálogos sobre as missões decorrem. Apesar do aspecto clássico da apresentação do codec (muito simples, parecem apenas esboços das caras) este equipamento é o que nos vai transpor as emoçoes de Snake e de toda a equipa por detrás da missão, e essa é outra das partes que vai mexer conosco durante o jogo.

A qualidade gráfica é que realmente não é tão brilhante quanto o resto do jogo. Apesar de defenidos os poligonos ainda são um pouco quadrados demais, os cenários estão um pouco vazios apesar de ajudar na atmosfera, mas ainda assim o trabalho podia ter sido melhor. As cutscenes são todas feitas com o mesmo motor gráfico do jogo, o que por um lado é bom, porque não sentimos impacto nenhum na mudança gameplay para cutscene, o que nos vai transportar ainda mais para dentro do jogo. Por outro lado os gráficos não têm assim tanta qualidade quanto isso. As faces por exemplo não têm expressão, os olhos são apenas pontos pretos, etc…

Jogabilidade: A genialidade dos comandos em MGS passa pela inteligência na sua utilização. MGS torna-se um dos 1ºs em que podemos classificar o género “stealth action game” que traduzido seria algo como jogos de espionagem. Neste jogo se optarmos, podemos chegar o fim sem sermos detectados ou matar-mos alguém (é possivel criarmos manobras de diverção para desviarmos a atenção dos guardas, escondermo-mos nas paredes, escondermo-nos em caixas especificas, etc… utilizem a vossa imaginação). Mas se quisermos podemos também optar por uma acção mais furtiva, onde dispomos de um arsenal de cerca de uma dúzia de armas entre pistolas, metrelhadoras, granadas e mísseis nikita, e caso fiquemos sem munições temos de nos safar ao soco e pontapé. Além disto usufruimos de várias ferramentas que nos podem ajudar a desviar das armadilhas fatais como óculos com visão térmica ou infra-vermelhos, enfim… uma lista interminável de itens multifuncionais. Até os cigarros (que nos vão tirando a vida aos poucos) podem servir para detectar os lasers invisíveis.
Mas na jogabilidade não ficamos por aqui. A inteligência artificial também está muito boa. Os guardas possuem bons ouvidos e uma boa pontaria consoante o nivel de dificuldade que escolhermos, além de escolherem rotas de vigia mais complexas de nivel para nivel. Assim que formos detectados uma enchente de guardas vão nos perseguir até á morte até que os niveis de alerta (vermelho e amarelo) desapareçam.
A carência de movimentos furtivos não vai de todo retirar acção ao jogo. Mais outra manobra inteligente de Hideo Kojima foi criar uns momentos mais direccionados para a acção do que outros. Haverá alturas cheias de acção onde poderemos esgotar o nosso arsenal sem piedade sobre os inimigos, e são esses momentos exactos que dão uma enorme golfada de adrenalina quando menos esperamos.

Som: Bem, em que parâmetros nos podemos basear para avaliar a sonoridade de um jogo? Ponto nº1, a banda sonora – uma boa banda sonora mantem a nossa atenção focada no ecrã de uma forma discreta, criar um certo laço emocional. 2º os efeitos sonóros – São eles que complementam a acção presente do jogo e quando mais diversificados e assertivos forem, mais expressão vão dar ao que se passa no ecrã. A partir da geração 32 bits houve outro parâmetro importante a ser avaliado que seria o “VoiceActing” (representação vocal para PT).
É aqui onde a magia acontece em MGS. Metal Gear não foi o 1º jogo a utilizar voiceacting, não, nem de longe, mas se não estou enganado foi o 1º a explora-lo como nunca antes, com um argumento ao nível dos blockbusters de hollywood. Todo o enredo do jogo é feito em diálogo, e todas as vozes foram escolhidas a dedo para representar os personagens. Está tudo extremamente bem executado e construido de forma a tudo parecer um daqueles filmes de nomeação para Óscar.
E quanto ao desempenho da banda sonora e efeitos especiais… são sem dúvida os melhores até á data e possivelmente os melhores da Playstation.

Longevidade: É grande mas é curto. A minha 1ª tentativa levou 12 horas a ser concluída. A minha segunda apenas 3. Isto também porque na 2ª tentativa não vi as cutscenes nem as conversações que duram pouco mais de duas horas. O jogo é cativante o suficiente para o voltarmos a jogar, até pelos bónus que recebemos no fim consoante a nossa performance (que ficam disponíveis na próxima vez que o jogarmos). Há prémios para quem terminar o jogo o mais rápido possivel, para o mais (ou menos) matador, para quem não chega a gravar ou para que nunca morre, ou até mesmo, para quem nunca chega a ser descoberto pelas tropas inimigas.
Existem 4 niveis de dificuldade, onde varia a quantidade de guardas vigia, a resistência dos bosses, e a capacidade de alcance de cada guarda, ou até mesmo ficar sem o radar (no caso extreme). Portanto os niveis de dificuldade chegam para os mais exigentes e os menos pacientes ou habilidosos.


Muitos prós e poucos ou nenhuns contras: é isto que é o jogo perfeito. Não se pode pedir muito mais de um jogo concebido nesta época. Um jogo que maravilhou toda a gente á sua volta, que vendeu milhões de cópias e se resumiu ao maior sucesso da Konami. E Hideo Kojima veio mais tarde a ser das pessoas mais importantes e influêntes da mesma companhia.
E assim é (considerado) o melhor jogo da playstation a ser lançado. O jogo que marcou a geração 32 bits, e mudou a forma de ver os videojogos. São estes jogos que fazem respeitar toda a industria, que marcam a diferência e alteram as regras. Porque não criar uma história, um mundo ficticio, onde podemos retratar toda a realidade que vai na nossa cabeça, nos videosjogos? Não o fazem nos livros? Não o fazem nos filmes? Não é chamado de arte? Pois… Esta foi mais uma prova que me fez questionar se os videojogos não deveriam de ser considerados também, uma Arte distinta por si só.



Gráficos: 8.5 (Não perfeitos, mas suficientemente bons para esta nota)

Jogabilidade: 9.5 (Inovadora, versátil, e inteligente como nunca antes vista)

Som: 10 (Obrigatório montarem o vosso soundround)

Longevidade: 10 (Joguem, rejoguem até se fartarem, daqui a uns anos quando o voltarem a jogar, a sensação vai ser a mesma!)

Nota Final: 9.8 (Quem achar que merece menos, sujeita-se a ser violentamente espancado na via pública por vários indivíduos)



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